HÉLIO GUIMARÃES
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos Jardins, no último ano, pelo menos três casas criaram noites de predominância black. A mais nova delas, totalmente dedicada a ritmos negros, é o Balafon, obrigatório para quem quiser saber o que é a noite negra em São Paulo e no mundo. Muito frequentado por estrangeiros, o Balafon tem clima de casa noturna européia comandada por imigrantes africanos e é a primeira onde o dancehall se alterna com a produção musical da Africa contemporânea (leia abaixo perfil das casas noturnas).
O Sub Club, espaço alternativo no subsolo do Columbia, nos Jardins, dedica as noites de sábado às últimas tendências da música e do comportamento negro que chegam ao Brasil, principalmente via Nova York. A Ursa Maior, na rua Augusta, também abriu suas portas com o propósito de dedicar uma noite por mês à música black. A próxima é quarta-feira que vem, dia 9.
Muito além dos Jardins, o cenário black está mais vivo que nunca. Há três anos, o Santana Samba, na zona norte, realiza o único baile rap de São Paulo, às quartas-feiras, com público na faixa dos vinte anos. Na zona leste, o Projeto Radial atrai todo sábado cerca de 5.000 jovens. O som é da equipe Chic Show, que prioriza as bandas de rap mais radical para atender aos frequentadores da noite, muitos deles ligados ao movimento hip hop.
O movimento, que reúne grafiteiros, rappers e breakers, é um dos principais articuladores da atividade política e cultural dos negros em São Paulo. Nascido nas galerias da rua 24 de Maio, no centro da cidade, o movimento, através da entidade negra Geledés (tel. 011/ 35-3869), edita a revista "Pode Crê!", que trata de política, cultura e principalmente da produção musical que anima as noites negras paulistanas, nas quais outras cores são bem-vindas –mas, definitivamente, não são as estrelas.
Fonte: Folha de São Paulo
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